Tribunal de Justiça pede extradição de ex-PM que fugiu para os EUA após ser denunciado por atropelar e matar quatro pessoas com viatura no Paraná
29/01/2025
Em 2018, Kleber Giglio Norberto dirigia viatura em alta velocidade quando atingiu pedestres em ponto de ônibus de Curitiba. Ex-PM estava na lista vermelha da Interpol e foi detido nos EUA por violação de leis migratórias. Defesa diz que acusação e pedido de extradição são equivocados. MPPR pede aos EUA extração de ex-policial foragido
O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) solicitou a extradição do ex-policial militar Kleber Giglio Norberto, que fugiu aos Estados Unidos da América (EUA) depois de ser denunciado por atropelar e matar quatro pessoas em um ponto de ônibus de Curitiba.
✅ Siga o canal do g1 PR no WhatsApp
✅ Siga o canal do g1 PR no Telegram
O atropelamento foi registrado em julho de 2018, na Linha Verde. Segundo a denúncia, Kleber dirigia uma viatura policial em alta velocidade quando atingiu os pedestres que estavam na calçada. Ele responde pelo crime de homicídio com dolo eventual – quando o autor assume o risco de causar a morte de alguém.
Na época, conforme o Ministério Público (MP), Kleber era policial militar, mas desertou da corporação ao fugir do país.
O MP teve conhecimento de que o ex-policial estava morando no estado norte-americano de Utah e solicitou a inclusão do nome dele na lista vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol).
Recentemente, o Ministério Público foi comunicado que Kleber foi detido nos EUA por violação de leis migratórias, e o órgão solicitou o cumprimento do mandado de prisão existente contra o policial.
Ex-policial militar Kleber Giglio Norberto
Reprodução
Por meio de nota, o advogado Nilton Ribeiro, responsável pela defesa do ex-policial, afirma que a acusação contra Kleber e o pedido de extradição são equivocados.
"Kleber, na condição de Policial Militar, se envolveu em um acidente. Falar em dolo eventual é um grave erro que iremos corrigir no decorrer do processo", defende o advogado.
LEIA TAMBÉM:
Investigação: Prefeitura denuncia 'desaparecimento' de R$ 298 mil de conta bancária, culpa hacker e caso passa a ser investigado pela polícia
Imagens: Após perseguição e capotamento, quatro são presos suspeitos de furtos em prédio de luxo em Curitiba
Vídeo: Motociclistas batem de frente em cruzamento e recebem 'atendimento express' de caminhão dos bombeiros que estava no local
Atropelamento
Acidente envolvendo carro da Polícia Militar deixou quatro mortos na Linha Verde
Franklin de Freitas/Estadão Conteúdo
Segundo a denúncia, a viatura conduzida por Kleber Giglio Norberto circulava em alta velocidade pela canaleta exclusiva para ônibus na Linha Verde quando um homem cruzou a pista.
O motorista tentou desviar, mas perdeu o controle da direção, bateu em outros carros e atingiu o ponto de ônibus.
Quatro pedestres que estavam no ponto foram atropeladas. Duas delas morreram no local. Outras duas foram socorridas e encaminhadas a um hospital, mas não resistiram aos ferimentos e morreram.
Um laudo do Instituto de Criminalística apontou que o carro da Polícia Militar estava a 138 quilômetros por hora antes da batida.
As investigações da Polícia Civil apontaram que os PMs não estavam atendendo a nenhuma ocorrência quando a batida aconteceu e que a sirene do carro não estava ligada.
As vítimas foram:
Fabiana Maria da Silva, de 29 anos, operadora de telemarketing;
Vergínia Gouvea Enes, de 67 anos, comerciante;
Franciele Aparecida dos Santos, de 33 anos, operadora de telemarketing;
Elizandra Maltezo Araújo Lustoza, de 32 anos, atendente.
Elizandra acompanhava a sogra, Vergínia, a uma visita ao Hospital Erasto Gaertner.
Já Fabiana e Franciele eram colegas de trabalho e tinham acabado de encerrar o expediente. Franciele estava esperando o ônibus para buscar o filho na escola no momento do acidente.
Vergínia e Elizandra à esquerda e Franciele e Fabiana à direita
Reprodução/RPC
VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná
Leia mais notícias no g1 Paraná.